Produção de lixo aumenta 64% no ABC
3Reprodução da matéria do Diário do Grande ABC, que cita o Setor Reciclagem e o Arte Reciclada.
Em dois anos, entre 2012 e 2014, a quantidade de lixo produzido no Grande ABC – região metropolitana de São Paulo – cresceu 64,62%. Em 2012, a estimativa era de que as sete cidades geraram 1.649 toneladas de resíduos urbanos por dia, número que subiu para 2.715 toneladas/dia em 2014. Os dados integram o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Urbanos, publicado anualmente pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), uma projeção feita com base na população urbana e em índices de produção de resíduos por habitante. No período citado, o número de moradores da região passou de 2,5 milhões para 2,7 milhões.
Se por um lado a produção de lixo acelera, por outro, as ações públicas para discutir e buscar soluções para o problema caminham a passos lentos. O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, por exemplo, foi criado em 1990 justamente com o intuito de trabalhar acerca da temática, mas só agora, 25 anos depois, elabora estudo para tratar o assunto de forma regionalizada. Em 1992 foi contratada empresa para fazer diagnóstico da situação, mas não houve avanços.
O Grande ABC possui dois aterros: um em Santo André, municipal, e que recebe todo o lixo coletado da cidade – 650 toneladas/dia. O outro, em Mauá, é particular e recebe diariamente resíduos do município e de outras seis cidades: Diadema, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, São Bernardo, São Caetano e São Vicente – total de 3.500 toneladas/dia.
O espaço andreense tem 217 mil m² e a expectativa do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) em relação à sua vida útil é de oito anos. “Isso pode ser para mais ou para menos, tudo depende de ações. Nós já trituramos entulho e reciclamos madeira para ganhar vida útil”, explicou o diretor de resíduos sólidos, Edi Ferreira dos Santos. Estudo feito pela autarquia mostra que 25% do lixo enviado diariamente ao aterro poderia ser reciclado (162,5 toneladas).
O professor de Gestão Ambiental da Universidade Metodista de São Paulo, Carlos Henrique de Oliveira, ressalta que ações no Grande ABC visando reduzir o lixo que lota cada vez mais os aterros estão muito aquém da capacidade da região. “Cada pessoa gera um quilo por dia de resíduos, sendo mais ou menos 30% de recicláveis, mas a maioria das cidades não atinge quase nada de recuperação. Tem muita coisa para avançar e precisa também de informação e esclarecimento adequados à população para separar o lixo.”
A Lara Central de Tratamento de Resíduos, proprietária do aterro mauaense, não forneceu informações.
Consórcio planeja ação regional sobre o tema
Duas décadas e meia após sua criação, com o objetivo principal de discutir soluções para a problemática do lixo, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC inicia agora ações voltadas ao tema. No mês passado foi contratada uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), ligada à Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, para elaboração do Plano Regional de Resíduos Sólidos, visando um sistema integrado de gestão entre as sete cidades.
O investimento para o estudo é de R$ 1,1 milhão e o prazo para conclusão é março do próximo ano. “Não estamos querendo substituir os trabalhos dos municípios, mas integrar os planos municipais, pois não basta uma cidade olhar exclusivamente para si na questão dos resíduos, até porque a maioria é dependente de um grande equipamento particular, que é o aterro Lara”, disse o diretor de Programas e Projetos do Consórcio, Hamilton Lacerda.
Um dos objetivos é buscar, até 2017, 100% de coleta seletiva. “A ideia é possibilitar acesso a toda população, com coleta porta a porta, posto de entrega voluntária e ações em conjunto com empresas”, disse.
Outro eixo que o Consórcio pretende focar é a educação ambiental. “Não se conseguirá ter 100% de coleta seletiva e nem ter uma gestão integrada e eficiente se não houver trabalho pesado nessa questão”, considera Lacerda.
Em 1992, o Consórcio contratou a Filsa Engenharia e Serviços estudo sobre o lixo produzidona região. À época, as sete cidades geravam 1,8 tonelada de resíduos residenciais por dia. Mas o levantamento não foi levado adiante.
Reciclagem dos resíduos sólidos no Grande ABC ainda é pequena
Pouco do que é coletado na região é efetivamente reciclado. Em Santo André, das 650 toneladas diárias de lixo domiciliar, apenas 12% são reaproveitadas. A meta é chegar a 20% dos resíduos reciclados até dezembro de 2016.
Em São Bernardo, por mês, são recolhidas 900 toneladas de materiais – entre papel, plástico, vidro, metal e madeira –, cerca de 4,2% de tudo que é descartado. O objetivo é chegar a 10% também até o fim de 2016.
Em Mauá, são coletadas, em média, 284 toneladas de lixo domiciliar diariamente e somente 53 toneladas por mês são recicladas. A cidade tem como meta atingir 12% de reciclagem até 2019 e 20 % até 2026. Para isso, a prefeitura argumenta que é necessário implantar mais cinco centrais de triagem, (há só uma no bairro Capuava), e ter 14 ecopontos – hoje são cinco. A administração diz ainda que é preciso ampliar o número de postos de entrega voluntária, que atualmente são 140, e a coleta porta a porta, até atingir todo o município. Nenhum projeto foi informado.
Em Diadema, são produzidas 370 toneladas de lixo por dia e 90 toneladas/mês reaproveitadas. O Executivo está iniciando revisão das metas.
Ribeirão Pires, de janeiro a julho, coletou cerca de 2,3 toneladas de lixo por mês. De acordo com a prefeitura, são comercializados cerca de 1,4% em volume, com meta de alcançar 10%. As demais cidades não informaram.
Moradores da região contribuem para a diminuição do lixo nos aterros
Conscientes de que os aterros estão com tempo de vida útil contado, muitos moradores do Grande ABC dão suas contribuições para diminuir a quantidade de lixo nesses locais.
Representando 50% do que é produzido, os resíduos orgânicos são transformados pela foodstylist e chefe de cozinha Denise Guerschman, 36 anos, de Santo André. Com outras três pessoas, ela desenvolve a websérie “Lixo Luxo”, que pode ser vista no YouTube. “Costumo testar receitas com o que normalmente vai para o lixo. Com essa ação, posso levar esta mensagem adiante e conscientizar um público muito mais amplo”, falou Denise.
Em Mauá, o casal Anna Maria Munhoz, 29, e Juliano de Paula Silva, 35, adotaram a reciclagem como rotina ao se tornarem pais. “Temos uma filha de três anos e, desde que ela nasceu, questionamos os valores e as mensagens que gostaríamos de passar para ela de modo natural e que a acompanhasse por toda a vida”, contou Silva.
Sócio de uma empresa de treinamentos de evolução humana, Ricardo Ricchini, 48, de São Caetano, criou e mantém dois sites de reciclagem desde o ano 2000: o www.setorreciclagem.com.br, que trata de assuntos mais técnicos e o www.artereciclada.com.br, que mostra o passo a passo de como transformar descartáveis em arte. “A falta de exemplo das autoridades é, sem dúvida, um dos fatores que mais prejudica a reciclagem no País”, ressaltou.
Fonte: Diário do Grande ABC
Eu moro aqui em São Bernardo… O que achei legal foi que esse ano a coleta de lixo seletiva para reciclagem começou a passar com maior frequencia. Ótima iniciativa da prefeitura.
Agora tem que ter algo para conscientizar a população a produzir menos lixo também.
Meu amigo Ricardo, tenho a solução para todos estes problemas que atende a LEI 12.305 do Ministério das Cidades e Secretaria do Meio Ambiente. Caso você queira participar como nosso colaborador será um grande prazer, apenas convencer o Prefeito chefe : Marinho que resolvemos num estalo de dedos. Resolveremos não só do ABC como do GRANDE ABC, para nós quanto mais lixo mais energia elétrica produzimos , detalhe = não participamos da Máfia do Lixo, Lixões particulares intitulados ATERROS SANITÁRIOS CONTROLADOS e o mais importante =NÃO DAMOS PROPINA, PIXULECO OU ACARAJÉ.
Na sequência: selecionamos todos os materiais reciclados e serão destinados para as indústrias de recuperação…………..400 empregos diretos e 600 empregos indiretos….