Que tal consertar em vez de comprar um objeto novo?
2Consertar um item que já temos em casa ou no trabalho, é mais ecológico e econômico que comprar um novo, mas se você ainda não está convencido dessa prática, veja o exemplo dos suecos
Já é senso comum que a Suécia, assim como outros países da região nórdica, é um dos lugares com o mais alto índice de qualidade de vida. E quando o assunto é a gestão de resíduos sólidos urbanos, os suecos também dão o exemplo. Enquanto cada europeu produz, em média, 525 quilos de lixo por ano, a população da Suécia acumula 461 quilos, sendo que 99% desse volume é reciclado.
Esse cenário positivo deve-se, principalmente, a adoção de políticas rigorosas, como a que responsabiliza as empresas pelo custo de reciclagem das embalagens comercializadas. O governo também investe pesado em medidas para a conscientização da população.
Neste ano, o objetivo é estimular a “cultura do reparo” e reduzir ainda mais o impacto ambiental causado pelo consumo, oferecendo incentivos fiscais para tornar os preços dos serviços de reparos mais competitivos diante do valor de um produto novo.
A proposta apresentada prevê reduzir pela metade as taxas de impostos para o conserto de roupas, sapatos e bicicletas. Já para os principais eletrodomésticos, como fogões, geladeiras e máquinas de lavar, haverá a possibilidade de solicitar reembolso no imposto de renda pelos serviços de reparos realizados.
O governo também estuda a possibilidade de elevar taxas sobre produtos químicos perigosos, utilizados geralmente na fabricação de itens da chamada linha branca, visando cobrir a arrecadação perdida pelo estado com os incentivos fiscais.
Economia aquecida e consumo consciente
Os críticos à proposta sueca argumentam que a medida pode ser um tiro no pé, pois a redução do consumo levaria ao desaquecimento da economia. Entretanto, os responsáveis pelo projeto argumentam: a ideia não é frear a compra, mas encorajar a população a adquirir produtos de melhor qualidade, que costumam custar um pouco mais caro, mas, consequentemente, duram mais.
Outro ponto positivo é que os serviços de reparos geralmente são feitos localmente. Isso geraria mais empregos, reduzindo a necessidade de importações e até aquecendo a economia, em um novo ciclo positivo. As medidas propostas devem começar a valer ainda no primeiro semestre de 2017.
Disparidade: Suécia encaminha apenas 1% de seu lixo para aterros sanitários. Brasil recicla apenas 3% dos seus resíduos
Cenário brasileiro
Enquanto a Suécia encaminha apenas 1% de seu lixo para aterros sanitários, o Brasil recicla apenas 3% de seus resíduos urbanos. Estima-se que 30% do total gerado tenha potencial para reciclagem (dados da Associação Brasileira de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – ABRELPE).
Apesar de 60% dos municípios brasileiros terem alguma iniciativa de coleta seletiva, os governos falham na elaboração de programas eficientes e no fornecimento de uma estrutura adequada. Em contrapartida, há uma carência de informação da população sobre como realizar a separação do lixo e seu descarte correto.
Entretanto, com o agravamento da crise econômica em 2015, muitos brasileiros tornaram-se adeptos da “cultura do reparo”. Com o orçamento mais enxuto, a saída foi apelar para as boas oficinas de assistência técnica ou aventurar-se em tentar realizar o trabalho de forma autônoma. As vendas dos produtos da linha branca, por exemplo, caíram pelo quarto ano seguinte, registrando a pior média em 2016. No outro lado da balança, assistências técnicas viram seu movimento crescer em quase 30%. Em tempos de impressoras 3D, será que vamos passar a cada vez mais tentar aumentar a vida útil dos nossos aparelhos?
Reprodução da matéria do site www.ariquemesonline.com.br
Aprofunde o assunto na matéria: Reduza, reutilize e só então recicle
Adorando o conteúdo do portal. Gostaria de sugerir que os posts tenham data de publicação. Facilitaria em muito em embasamento para pesquisas. Obrigada
Erika, eu tenho um problema técnico no site em relação a publicação de datas. Conto com sua compreensão