Resíduos Hospitalares
4A atividade hospitalar é uma fantástica geradora de resíduos. Quando não há informação suficiente para o tratamento, ou os resíduos são ignorados, ou recebem um tratamento excessivo, onerando ainda mais os já combalidos recursos das instituições.
Os Resíduos Sólidos Hospitalares ou lixo hospitalar, são problema bastante sério para os administradores desse setor, hora gerando mitos entre funcionários, pacientes, familiares e vizinhos de hospitais e aterros sanitários, hora sendo responsabilizado por casos de infecções.
Contaminação
O maior problema é o chamado lixo infectante – classe A, que representa um grande risco de contaminação, além de poluir o meio ambiente. Há estabelecimentos não fazem a separação deste material, que acaba indo para os aterros junto com o lixo normal ou para a fossa.
Outro problema é o chamado lixo perigoso – clase B, cuja destinação final, atualmente, fica sob responsabilidade dos hospitais.
O material recolhido nos hospitais, acondicionado segundo normas que variam em função do grau de periculosidade dos produtos, geralmente é levado a um aterro próprio.
Já o lixo classe C dos hospitais – também devidamente separado – fica sujeito ao mesmo sistema de recolhimento do restante da cidade, indo parte para reciclagem e parte para a coleta normal, que inclui apenas o material orgânico destinado ao aterro sanitário.
Separação do Lixo
O treinamento para a separação desse tipo de resíduo é uma exigência do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que oferece subsídios para que os hospitais e clínicas elaborem planos de gerenciamento de resíduos do serviço de saúde. O objetivo é adequar a estrutura das unidades para o tratamento correto dos resíduos.
Segundo as normas sanitárias, o lixo hospitalar deve ser rigorosamente seperado e cada classe deve ter um tipo de coleta e destinação. De acordo com as normas, devem ser separadas conforme um sistema de classificação que inclui os resíduos infectantes – lixo classe A, como restos de material de laboratório, seringas, agulhas, hemoderivados, entre outros, perigosos – classe B, que são os produtos quimioterápicos, radioativos e medicamentos com validade vencida – e o lixo classe C, o mesmo produzido nas residências, que pode ser subdividido em material orgânico e reciclável.
O treinamento visa adequar os estabelecimentos às normas de tratamento do lixo hospitalar, estabelecidas na Lei Federal nº 237. Os hospitais têm prazo para apresentar um plano de gerenciamento dos resíduos e, com isso, obter um licenciamento ambiental e adaptar-se às exigências legais. Caso não consigam o licenciamento, ficam sujeitos à aplicação de multas.
Lixos Infectantes
Resíduos do grupo A (apresentam risco devido à presença de agentes biológicos):
– Sangue hemoderivados
– Excreções, secreções e líquidos orgânicos
– Meios de cultura
– Tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas
– Filtros de gases aspirados de áreas contaminadas
– Resíduos advindos de área de isolamento
– Resíduos alimentares de área de isolamento
– Resíduos de laboratório de análises clínicas
– Resíduos de unidade de atendimento ambiental
– Resíduos de sanitário de unidades de internação
– Objetos perfurocortantes provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde. Os estabelecimentos deverão ter um responsável técnico, devidamente registrado em conselho profissional, para o gerenciamento de seus resíduos.
Processos de Destino
– Incineração: é um exemplo de excesso de cuidados, trata-se da queima o lixo infectante transformando-o em cinzas, uma atitude ambientalmente incorreta devido aos subprodutos lançados na atmosfera como dioxinas e metais pesados.
– Auto-Clave: esteriliza o lixo infectante, mas por ser muito caro não é muito utilizado. Como alternativa, o lixo infectante pode ser colocado em valas assépticas, mas o espaço para todo o lixo produzido ainda é um problema em muitas cidades.
Parte dos hospitais tomam pouca providência com relação às toneladas de resíduos gerados diariamente nas mais diversas atividades desenvolvidas dentro de um hospital. Muitos limitam-se ou a encaminhar a totalidade de seu lixo para sistemas de coleta especial dos Departamentos de Limpeza Municipais, quando estes existem, ou lançam diretamente em lixões ou simplesmente queimam os resíduos.
Torna-se importante destacar os muitos casos de acidentes com funcionários, envolvendo perfurações com agulhas, lâminas de bisturi e outros materiais denominados perfuro-cortantes. O desconhecimento faz com que o chamado “lixo hospitalar”, cresça e amedronte os colaboradores e clientes das instituições de saúde.
Lixos Não-Infectantes
– Especiais
Radioativos, compostos por materiais diversos, expostos à radiação; resíduos farmacêuticos, como medicamentos vencidos e contaminados; e resíduos químicos perigosos (tóxicos, corrosivos, inflamáveis, mercúrio).
– Comuns
Lixo administrativo, limpeza de jardins e pátios, resto de preparo de alimentos.
Classes dos Resíduos
Classe 1 – Resíduos Perigosos: são aqueles que apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.
Classe 2 – Resíduos Não-inertes: são os resíduos que não apresentam periculosidade, porém não são inertes; podem ter propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. São basicamente os resíduos com as características do lixo doméstico.
Classe 3 – Resíduos Inertes: são aqueles que, ao serem submetidos aos testes de solubilização (NBR-10.007 da ABNT), não têm nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água. Isto significa que a água permanecerá potável quando em contato com o resíduo. Muitos destes resíduos são recicláveis. Estes resíduos se degradam muito lentamente quando dispostos no solo. Estão nesta classificação, por exemplo, os entulhos de demolição, pedras e areias retirados de escavações.
Observação: essa matéria é apenas informativa. Aconselhamos consultar os órgãos competentes no caso de usar esse texto profissionalmente.
Estamos nos deparando com recintos para lixos hospitalares em shoppings. Tenho uma pergunta. Sempre deixamos um ralo no recinto para limpeza com água. Esse ralo pode ser conectado à rede de esgoto do shopping e ser descarregado na rede pública? Se não, qual é o precedimento correto? Obrigada
Nota técnica da ANVISA sobre esgoto hospitalar: http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/EFABF603/NotaTecnica_3aReuniSubGTServSaude.pdf
Acho que ela tira suas dúvidas a respeito.
Obrigado pela sua colaboração, Thais
De modo algum o resíduo provindo do ralo, do qual recebe este nome “resíduo” por conter contaminantes provindos dá região de tratamento do hospital, não esquecendo que o contato com tais elementos podem levar a infecção.
De tudo ao mais e mais ao meio ambiente.
Um esquema hidráulico que permita o esvaziamento do setor “hospitalar” –tem-se aspas por estar dentro de um shopping– deve atender especificamente este setor.
Por imaginar tal setor não acredito que haja de todo mal na sujeira do ralo aonde se esvai a água do ambiente, porém não que deva-se descartá-la no mesmo ralo. Verificando se há produtos tóxicos em tal água, o que pode ser feito por meio de um laboratório, pode-se saber qual o tratamento necessário para descartá-la.
Tanto quanto seja necessário.
Se, em tal exame laboratorial, não houver derivados tóxicos ao ambiente exposto ao ralo, que se faça o funcionamento do modo como está. Caso se faça necessário que trate a água antes de despeja-la, assim que adote a empresa tal concernente.